Hoje sinto-me assim…
Tão distante de mim própria…
Não tenho sono…
Mas mesmo que o tivesse não adormeceria
Pois tenho medo de não mais acordar
Por vezes desejo isso mesmo
O desejo infinito de fechar os olhos para sempre
O desejo infinito de adormecer e não mais acordar
Mas repentinamente o medo apodera-se de todo o meu corpo
E como dói desejar tão proibido desejo
Como dói pensar em nunca mais
Em nunca mais te ver
Em nunca mais ver o teu sorriso ainda que de longe
Em nunca mais sorrir ainda que sozinha
Em nunca mais tocar e ser tocada
O desespero apodera-se da minha alma
E esta já só pensa em fugir
Umas vezes serena
Conformada com a dor sentida
Umas vezes exaltada
Num pranto de lágrimas
Tantas vezes foram as lágrimas choradas
Tantas vezes foram as recordações apagadas
E os pensamentos dolorosamente esquecidos
Que a espera se torna insuperável
Esta espera em vão
Este caminho sem rumo certo
Estas palavras escritas para ti
Mas que jamais chegarão a ti
São palavras escritas ao acaso
Palavras sem destino
Palavras que não têm significado algum
Palavras, palavras, palavras
Enfim, o eterno sofrimento calado
Mas preponderante
Na sua espera
O eterno esconderijo de sentimentos impuros
E a espera
Sim a eterna espera de algo que apenas utopicamente chegará
E escrevo…
Sim escrevo para ti
E escreveria, neste caso, a noite toda para ti
Mas os dias passam tão depressa por mim quando escrevo
Tenho a impressão de que enquanto te escrevi estas palavras
Penosos dias de chuva se fizeram
Mas ainda ontem era Verão
Tenho medo…
Estou aqui á tanto tempo
Que posso não mais me reconhecer
E a ti meu amor?
Reconhecer-te-ei quando voltares?
Se voltares…
Decerto tu não me reconhecerás
A minha voz mudou
Arrasta-se mais agora
E os meus olhos
Esses já não são os mesmos
Já não vejo com tanta clareza como via outrora
As minhas pernas agora cansam-se mais
Já não obedecem ao meu corpo
Têm vontade própria
E por vezes recusam-se a andar mais
O meu rosto envelheceu
E o meu coração…
Esse já não bate com a mesma intensidade de outros tempos
Brinco e digo muitas vezes
Que o meu coração secou…
Como uma árvore já cansada de sustentar os seus longos e pesados ramos
Mas acredito que mesmo dessa árvore ainda poderá nascer um fruto
Assim como que mesmo o meu coração já fatigado te amará pelo resto da vida.
for age...
Monday, August 27, 2007
Sunday, August 26, 2007
"Falamos sempre baixo quando queremos que acreditem nas nossas palavras..."
Falo-te sempre tão baixinho...
Na ansia de um dia acreditares em mim...
Será que falo baixo de mais?
Acho que não me ouves...
Mas falo...
Falo sempre contigo...
Mesmo que seja em espirito
Mesmo que a resposta tão esperada nunca chegue
Mesmo que não sintas a minha dor
eu falo...
As minhas palavras articulam-se suavemente
Poderas achar algum dia que te escrevo uma carta
mas não...
não o faço...
Porque tudo o que nos separa é tão distante
que tenho bem presente em mim que jamais uma carta te chegaria
Não tenho medo de esperar...
sim eu espero por ti
não espero pelo teu amor
pois sei que essa espera seria em vão...
espero pelo repouso da tua alma em mim
espero pelo momento em que a tua presença adormecerá para sempre em mim...
espero pelo instante em que a minha alma finalmente perceberá que ficaras bem e te deixará ir para todo o sempre...
Esse momento será a minha eterna felecidade
Como percebo agora...
tão claramente...
Que sim...
eu te amo
como me sinto calma
como o teu amor parece adormecer em mim
e proclamar que sim
sou tua eternamente...
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